Atualizado em setembro 17th, 2024
Ministra do Meio Ambiente destaca o risco iminente para o Pantanal e defende medidas urgentes contra a crise climática
Durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) nesta quarta-feira (4), a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, alertou sobre o risco de extinção do bioma Pantanal devido às mudanças climáticas e pediu a criação de um marco regulatório de emergência climática. Marina destacou a grave situação enfrentada pelos biomas brasileiros, como o Pantanal, a Amazônia e o Cerrado, agravada por queimadas e desmatamentos.
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Marina Silva enfatizou que o Pantanal, conhecido por sua rica biodiversidade, está sob ameaça iminente devido às mudanças climáticas e fenômenos associados, como baixa precipitação e altas temperaturas. Segundo a ministra, se as condições atuais persistirem, “poderemos perder o Pantanal até o fim deste século”. Ela explicou que o aumento das queimadas e o desmatamento estão reduzindo a cobertura vegetal, o que contribui para a evapotranspiração e diminui a capacidade de armazenamento de água, essencial para a manutenção da planície alagada.
A senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente da Comissão do Meio Ambiente, destacou que “as queimadas que assolam o nosso território são um reflexo direto do cenário de emergência climática que enfrentamos”. Leila também homenageou o brigadista Wellington dos Santos, que morreu enquanto combatia incêndios no Parque Indígena do Xingu (MT).
A ministra Marina Silva ressaltou que, em agosto deste ano, foram registrados 68,3 mil focos de queimadas, um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ela alertou que as mudanças climáticas, combinadas com a seca extrema e fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, formam uma “química altamente deletéria” que agrava a crise.
Marina defendeu a implementação de políticas públicas baseadas em evidências e ações conjuntas com o setor privado para enfrentar a crise. Ela destacou que o governo já tomou medidas, como a redução do desmatamento e o fortalecimento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado). A ministra também mencionou a previsão de aumento da contratação de brigadistas e o recém-lançado Plano de Transformação Ecológica.
Marina Silva pediu ao Congresso a criação de um marco regulatório de emergência climática, argumentando que atualmente há 1.942 municípios em situação de risco climático extremo. Ela enfatizou que a preservação das Áreas de Preservação Permanente (APP) é crucial para evitar problemas ambientais, como o assoreamento de rios e lagos, que agrava a evapotranspiração e o impacto das mudanças climáticas.