Economista Gabriel Galípolo é confirmado pelo Senado como presidente do Banco Central para 2025 a 2029, elogia Lula e Campos Neto e promete combate à inflação
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), foi aprovado pelo Senado Federal para presidir a instituição entre 2025 e 2029. A votação secreta no Plenário resultou em 66 votos a favor e 5 contra, o que representa a melhor aprovação de um presidente do BC nos últimos 22 anos. Antes da votação final, o economista passou por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde foi aprovado por unanimidade com 26 votos favoráveis.
Galípolo substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato encerra em 31 de dezembro de 2024. O indicado por Lula já participou de diversas funções no governo, incluindo as equipes de transição e o Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad. A escolha do presidente para a presidência do BC acontece em meio a críticas sobre a condução da política monetária do país, especialmente em relação à taxa de juros, o que foi motivo de embates entre Lula e Campos Neto.
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Durante a sabatina, Gabriel Galípolo destacou que recebeu garantias de Lula quanto à sua independência na tomada de decisões. Ele afirmou que, em todos os encontros com o presidente, foi assegurado que as decisões à frente do Banco Central deverão ser orientadas exclusivamente pelo compromisso com o bem-estar do povo brasileiro.
“Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”, enfatizou Galípolo, ao assegurar sua autonomia.
Compromisso com o combate à inflação
Galípolo também ressaltou que um dos principais desafios de seu mandato será consolidar uma agenda econômica capaz de gerar uma economia mais transparente e equânime. O economista destacou o compromisso do BC com o combate à inflação e afirmou que o Brasil tem uma “oportunidade histórica” de se tornar referência global no combate à pobreza e na promoção do crescimento sustentável.
“É possível ser um polo de inovação e empreendedorismo sustentável, ao mesmo tempo em que se combate a inflação e se busca erradicar a pobreza”, completou.
Relação com Roberto Campos Neto
Questionado pelos senadores sobre sua relação com o atual presidente do Banco Central, Galípolo adotou um tom descontraído ao dizer que frustrou quem esperava um embate entre ele e Campos Neto. Segundo ele, sua relação tanto com Lula quanto com Campos Neto sempre foi positiva.
“Minha relação com o presidente Roberto e com o presidente Lula é a melhor possível. Sempre fui bem tratado pelos dois e não tenho queixas”, disse o economista.
Apoio histórico no Senado
A aprovação de Gabriel Galípolo é marcada por um apoio histórico no Senado. O economista recebeu apenas cinco votos contrários, a menor rejeição para um presidente do BC desde 2002. A votação superou até mesmo a aprovação de Roberto Campos Neto, que, em 2019, foi indicado ao cargo com seis votos negativos.