Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são condenados por duplo homicídio; acusados de serem mandantes do crime ainda serão julgados pelo STF
Após seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, envolvidos diretamente no crime. Lessa, autor dos disparos, foi sentenciado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz, motorista do veículo usado no ataque, recebeu 59 anos e 8 meses de sentença. Em meio à emoção dos familiares e amigos de Marielle, ainda restam acusações contra os supostos mandantes do crime, que serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na noite de quarta-feira (30), o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz trouxe um importante desfecho para o caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Lessa, apontado como o autor dos disparos, a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz, motorista do veículo utilizado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses. A sentença foi recebida com forte emoção no tribunal, com familiares e amigos de Marielle expressando alívio e tristeza pela conclusão judicial.
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Os réus enfrentaram diversas acusações, incluindo duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas) e tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado. Ambos também foram condenados por receptação de veículo clonado, usado no crime. Além da pena de prisão, Lessa e Queiroz deverão arcar com uma indenização de R$ 706 mil para cada uma das vítimas, totalizando R$ 3,5 milhões, e uma pensão ao filho de Anderson, Arthur, até que ele complete 24 anos.
Apesar das penas, um acordo de delação premiada prevê que Lessa e Queiroz cumprirão tempos menores em regime fechado: Lessa, no máximo, 18 anos, e Queiroz, 12 anos. Esses prazos contam a partir da data de prisão dos réus, ocorrida em 12 de março de 2019. Assim, Élcio Queiroz poderá deixar a prisão em 2031, enquanto Lessa poderá progredir para o regime semiaberto em 2037, com liberdade completa prevista para 2039.
Mandantes serão julgados pelo STF
O caso ainda não se encerra, já que os acusados de serem os mandantes do crime aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo foi transferido para o STF devido à citação dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, sendo o primeiro deputado federal, o que garante foro privilegiado. A Primeira Turma do STF aceitou a denúncia em junho, tornando-os réus, junto com o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e outros acusados. A relatoria do processo está com o ministro Alexandre de Moraes, que conduzirá os próximos passos da ação penal contra os supostos mandantes do crime.