Atualizado em setembro 17th, 2024
Ficou conhecido como “Abin paralela” uma investigação da Polícia Federal sobre o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para espionar diferentes tipos de autoridades brasileira. Essa rede de espionagem teria monitorado diversas pessoas incluindo Arthur Lira, ministros do STF, senadores, deputados e jornalistas.
A operação
Em 11 de julho, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra ex-servidores da ABIN e membros do “gabinete do ódio”. A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão de cinco investigados e sete mandados de busca e apreensão.
Veja também:
Autoridades Espionadas:
Poder Judiciário (STF)
- Alexandre de Moraes
- Dias Toffoli
- Luís Roberto Barroso
- Luiz Fux
Poder Legislativo
- Arthur Lira
- Rodrigo Maia
- Kim Kataguiri
- Joice Hasselmann
- Alessandro Vieira
- Renan Calheiros
- Randolfe Rodrigues
Poder Executivo
- João Doria
- Hugo Ferreira Netto Loss
- Roberto Cabral Borges
- Christiano José Paes Leme Botelho
- Cleber Homen da Silva
- José Pereira de Barros Neto
Jornalistas
- Mônica Bergamo
- Vera Magalhães
- Luiza Alves Bandeira
- Pedro Cesar Batista
Detalhes da investigação
A PF descobriu que os investigados usaram a estrutura da “Abin paralela“ para espionar e obter vantagens políticas. Conversas entre Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet revelaram “possíveis ações clandestinas” contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O objetivo era levantar suspeitas sobre a credibilidade do sistema eleitoral.
Principais investigados:
- Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet: Alvos de mandados de prisão, acusados de ações clandestinas.
- Alexandre Ramagem: Ex-chefe da Abin, acusado de abrir procedimentos administrativos contra auditores da Receita Federal para proteger Flávio Bolsonaro.
Consequências e prisões
Até o momento, quatro prisões foram realizadas, incluindo um militar do Exército, um agente da PF, um empresário e um ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro.
Crimes investigados
Os investigados podem ser indiciados por diversos crimes, incluindo:
- Organização criminosa
- Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito
- Interceptação clandestina de comunicações
- Invasão de dispositivo informático alheio
Fases anteriores da operação
A Operação Última Milha, que investiga o uso ilegal de sistemas da Abin, começou em 2023. Em outubro de 2023, a PF já havia realizado buscas e afastado ex-diretores da Abin, além de prender dois servidores por coação. A Polícia Federal descobriu o uso do software FirstMile, da empresa israelense Cognyte, esse software foi utilizado irregularmente para monitorar autoridades. Mesmo após o encerramento formal do contrato em 2021, o uso do sistema continuou até os últimos anos do governo Bolsonaro.
Veja os principais comentários sobre a “Abin paralela”: