Atualizado em setembro 18th, 2024
Fumaça das queimadas nas regiões Centro-Oeste e Norte altera a paisagem e intensifica a onda de calor no Brasil
O aumento dos incêndios florestais nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil está trazendo nuvens de fumaça para várias cidades do país, alterando a paisagem e intensificando os problemas de saúde pública. Câmeras em cidades como Porto Velho, Cuiabá e Brasília registraram o impacto da fumaça, com pôr do sol avermelhado e visibilidade comprometida, além de uma queda drástica na umidade do ar.
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Cidades afetadas pela fumaça
Na última terça-feira (3), câmeras de monitoramento climático registraram o início e o final do dia em cidades como Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e Brasília (DF). As imagens mostram o efeito da fumaça proveniente das queimadas, que reduz a visibilidade e altera a coloração do céu. O vídeo comparativo, gravado em março deste ano, evidencia as diferenças no céu dessas capitais, que antes era azul e agora aparece encoberto pela densa camada de poluição.
As partículas de fumaça provenientes das queimadas têm causado um fenômeno natural conhecido como espalhamento de luz, no qual os comprimentos de onda de luz vermelha se intensificam, tornando o pôr do sol ainda mais avermelhado. Esse efeito, somado à poluição e à baixa umidade, tem sido cada vez mais evidente nas regiões afetadas.
Umidade do ar em níveis críticos de calor
Outro problema grave gerado pelas queimadas é a baixa umidade relativa do ar. Em algumas cidades brasileiras, a umidade caiu para níveis característicos de regiões desérticas, atingindo índices críticos. Na terça-feira (3), municípios de pelo menos quatro estados registraram apenas 7% de umidade relativa do ar, o que aumenta o risco de problemas respiratórios e agrava a sensação de desconforto térmico.
Além disso, a combinação de calor extremo e fumaça representa um desafio para os moradores dessas áreas, especialmente para grupos de risco como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta amarelo de onda de calor para dez estados brasileiros nos próximos dias. As temperaturas devem subir até 5ºC acima da média habitual, e esse cenário pode perdurar por até três dias, agravando ainda mais a situação climática e a qualidade do ar nas regiões afetadas.
Entre os estados em alerta estão Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, além de regiões do Centro-Oeste e Norte do país, que já estão sentindo os efeitos combinados da fumaça e da onda de calor. As autoridades recomendam que a população evite exposição prolongada ao sol, se hidrate com frequência e busque locais com ventilação adequada.
Impactos na saúde e no meio ambiente
Os incêndios florestais não afetam apenas o meio ambiente, mas também têm repercussões diretas sobre a saúde pública. O aumento da poluição do ar, combinado com a baixa umidade, eleva os casos de problemas respiratórios, como bronquite e asma, além de piorar as condições para pessoas que já sofrem de doenças pulmonares crônicas. As partículas finas de fumaça podem penetrar profundamente nos pulmões, causando inflamações e dificultando a respiração.
Do ponto de vista ambiental, as queimadas estão contribuindo significativamente para a perda de biodiversidade e a destruição de habitats naturais. Áreas preservadas estão sendo devastadas pelo fogo, comprometendo a fauna e a flora locais e gerando desequilíbrios ecológicos que podem ter efeitos a longo prazo.
Projeções para os próximos dias
O cenário para os próximos dias não é animador. Com a previsão de calor extremo e baixa umidade, a tendência é que as condições climáticas continuem a favorecer a propagação de incêndios florestais, aumentando a emissão de fumaça para as cidades. O Inmet e outras autoridades climáticas estão monitorando a situação e emitindo alertas constantes para que a população esteja ciente dos riscos e tome as devidas precauções.
Para amenizar os efeitos da poluição, é recomendado o uso de umidificadores de ar em ambientes fechados, além de máscaras de proteção em locais de alta concentração de fumaça. As autoridades também orientam que as pessoas evitem atividades ao ar livre nos horários de maior calor e, se possível, busquem refúgio em áreas mais ventiladas.
Créditos: Vídeo – Clima ao Vivo | YouTube