Atualizado em setembro 7th, 2024
O programa Minha Casa, Minha Vida, que visa facilitar o acesso à moradia para famílias de baixa e média renda no Brasil, sofreu alterações importantes em suas diretrizes de financiamento de imóveis usados, especialmente para aqueles que se enquadram na Faixa 3. Esta faixa atende famílias com rendimentos entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil mensais. As mudanças foram divulgadas no Diário Oficial da União nesta terça-feira (6).
Mudanças nas Regras de Financiamento
A principal razão para as novas regras é o aumento considerável nos financiamentos de imóveis usados durante o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para controlar essa tendência e preservar o objetivo principal do programa — que é atender a população de menor renda —, o governo decidiu implementar ajustes significativos.
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As novas medidas, aplicáveis exclusivamente a imóveis usados e famílias da Faixa 3, incluem:
- Aumento do valor de entrada nas regiões Sul e Sudeste: O valor exigido para entrada sobe para 50% do valor total do imóvel. Antes, o percentual variava entre 25% e 30%.
- Aumento da entrada em outras regiões do país: Nas demais regiões, o percentual de entrada passa de 20% para 30%, reduzindo assim o teto de financiamento de 80% para 70% do valor total do imóvel.
- Redução do valor máximo do imóvel financiado: O limite máximo do valor dos imóveis usados foi reduzido de R$ 350 mil para R$ 270 mil, uma medida que se aplica em todo o território nacional.
Evolução das Regras e Controle de Gastos
Inicialmente, no começo do ano, as famílias da Faixa 3 podiam financiar até 80% do valor do imóvel, com uma entrada mínima de 20%. O valor máximo dos imóveis elegíveis era de R$ 350 mil. Em abril, o governo ajustou essas regras para imóveis usados nas regiões Sul e Sudeste, elevando a entrada para 25% ou 30%, conforme a renda familiar. Agora, o governo decidiu aumentar ainda mais as exigências para a entrada, mantendo o foco em controlar as contas e garantir que o programa atinja suas metas sociais.
Com um recorde de quase 600 mil financiamentos esperados para este ano, o Minha Casa, Minha Vida utiliza recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para viabilizar os contratos. A decisão de frear o crescimento dos financiamentos de imóveis usados visa preservar os fundos para a construção e compra de novas unidades habitacionais, que têm um impacto econômico mais significativo, como a geração de empregos na construção civil.
Imóveis Usados e Impacto no Programa
Os imóveis usados têm se tornado uma escolha popular devido aos preços geralmente mais baixos, o que é atraente para a população de baixa renda. No entanto, o governo quer equilibrar essa tendência com a necessidade de estimular o mercado de imóveis novos. Estes não apenas proporcionam moradias modernas e seguras, mas também impulsionam o desenvolvimento econômico através da criação de postos de trabalho.
Este ano, os imóveis usados devem representar mais de 30% dos 600 mil contratos do Minha Casa, Minha Vida, um aumento significativo em relação aos 25% registrados em 2023. Esta tendência reflete um aumento constante nos últimos anos: em 2022, os imóveis usados correspondiam a 14,3% dos financiamentos, e em 2021, apenas 6,25%.
Objetivos do Governo e Futuro do Programa
A administração do presidente Lula tem como meta a contratação de 2 milhões de unidades habitacionais ao longo dos quatro anos de mandato. Com 860 mil novos contratos já assinados nos primeiros 18 meses, o governo está a caminho de atingir sua meta antes do prazo. As recentes alterações nas regras do programa visam assegurar que o foco continue no apoio às famílias que mais precisam, enquanto se mantém o equilíbrio fiscal necessário para sustentar o programa a longo prazo.