O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, pediu nesta terça-feira (30 de julho de 2024) a prisão da líder da oposição María Corina Machado e do candidato presidencial Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática (centro-direita). Rodríguez acusou os dois de promoverem uma “conspiração fascista” e tentou justificar o pedido de prisão alegando que eles estariam tentando provocar uma guerra civil no país. Além disso, ele criticou duramente os governos dos Estados Unidos e de países europeus, chamando-os de “hipócritas” por solicitarem uma auditoria dos votos das eleições que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), resultaram na reeleição de Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Os líderes da oposição María Corina e Edmundo González são acusados pela Assembleia Nacional de “promover uma agenda fascista”.
Declaração de Jorge Rodríguez
Rodríguez declarou aos integrantes da Assembleia Nacional que “o Ministério Público deve agir como está agindo, não só com os bandidos, mas também com seus patrões.” Ele mencionou explicitamente que María Corina Machado e Edmundo González Urrutia deveriam ser presos, insinuando que suas ações ameaçavam a estabilidade nacional. Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV, também afirmou que o governo planeja a detenção de outros 10 líderes da oposição. Até o momento, 749 pessoas já foram presas em meio às tensões políticas.
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A Assembleia Nacional, dominada pelo chavismo, definiu os líderes da Plataforma Unitária Democrática (PUD) como “ultradireitistas”, criticando as manifestações promovidas pela oposição. As acusações de conspiração e incitação à violência foram amplamente divulgadas pela mídia estatal, que apoia o governo de Maduro e frequentemente retrata a oposição como inimigos do Estado.
Reeleição e dominação do Chavismo
A eleição presidencial na Venezuela tem sido marcada por controvérsias e alegações de fraude. Nicolás Maduro foi declarado vencedor com 51,2% dos votos, mas a oposição, liderada por Edmundo González, contestou o resultado, alegando que ele teria obtido uma vitória significativa. As acusações de fraude foram apoiadas por diversos países, incluindo os EUA, que pediram uma auditoria dos votos.
María Corina Machado é uma figura proeminente da oposição venezuelana, conhecida por sua postura crítica ao governo de Maduro e por defender reformas democráticas. Edmundo González, por sua vez, se destacou como candidato nas eleições presidenciais e tem sido uma voz importante na luta contra o que considera ser um regime autoritário.
Reação Internacional
A situação política na Venezuela atraiu a atenção internacional, com países e organizações expressando preocupação com o estado da democracia e dos direitos humanos no país. A União Europeia e várias nações latino-americanas pediram uma investigação independente das eleições, destacando a necessidade de garantir um processo justo e transparente.
Por outro lado, aliados de Maduro, como Rússia, China e Bolívia, expressaram apoio ao seu governo, congratulando-o pela reeleição e criticando a interferência estrangeira nos assuntos internos da Venezuela.