Subvariante xec da ômicron se espalha rapidamente, mas não é considerada preocupante
Uma nova subvariante da covid-19, denominada xec, está em circulação em vários países e já foi registrada em Estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, desde setembro deste ano. De acordo com o sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da USP e ex-presidente da Anvisa, a mutação surgiu na Alemanha e faz parte do ciclo contínuo de alterações do coronavírus, que ainda não foi erradicado e segue sofrendo adaptações. Vecina Neto explica que “essas variantes surgem de tempos em tempos porque o vírus está continuamente sofrendo mutações”, o que permite que novas linhagens se sobreponham às anteriores, como ocorreu com a xec.
A OMS classificou a xec como uma variante “sob monitoramento”, uma designação que leva em conta a sua capacidade de crescer mais rapidamente em comparação a outras linhagens da covid-19. No entanto, até o momento, a nova mutação não é considerada preocupante. O vírus já se espalhou pela Europa, Américas, Ásia e Oceania, sendo detectado em mais de 35 países, reforçando a necessidade de vigilância.
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Ausência de vigilância genômica
Segundo Vecina Neto, a nova variante pode estar se espalhando por outros Estados do Brasil, devido à falta de vigilância genômica no país. A ausência desse acompanhamento limita a capacidade de monitorar e mitigar a propagação do coronavírus e suas mutações, resultando em maior risco para populações vulneráveis, como idosos e pessoas com comorbidades.
Os sintomas da xec são semelhantes aos de outras linhagens: febre, dor de garganta, tosse, dores no corpo e perda de olfato e apetite. A recomendação para a prevenção também permanece a mesma, com a utilização de álcool 70% para higienização das mãos e uso de máscaras em locais com grande aglomeração.
Situação da vacinação
Apesar de a vacinação ser um dos principais métodos de prevenção contra a covid-19, Vecina Neto alerta para a necessidade de cobrar das autoridades sanitárias o acesso a imunizantes nos postos de saúde. A falta de doses de vacina para a covid-19 é um problema recorrente, impactando todo o país, que já deveria estar aplicando a sétima dose do imunizante, conforme o especialista.
Embora o número de mortes por COVID-19 tenha reduzido globalmente e também no Brasil, o país registrou cerca de 5 mil óbitos em 2024. Vecina Neto destaca que, além da vacinação insuficiente, fatores como idade avançada e comorbidades continuam a representar riscos significativos para a população.